Boa tarde, queridos!
 Eu tenho pelo menos 5 textos que estão salvos lindos e belos aqui no blog para publicação, mas esse tema em particular eu quero abordar há quase um ano e nunca consigo terminar, então lá vai:
 Há algum tempo atrás eu descobri os chamados "Slam Poetry" ou poesia falada.

O primeiro que eu vi foi um chamado OCD do Neil Hilborn - você provavelmente já viu no facebook ou no twitter porque circulou o mundo inteiro - e eu fiquei impressionada porque já tinha ouvido falar, mas nunca tinha visto ou parado para ouvir um desses poemas falados.

Eu fiquei apaixonada. A mistura do teatro, da realidade e das mensagens passadas durante as falas me deixou impressionada, ainda mais porque a habilidade de recitar coisas que as vezes são extremamente pessoais para pessoas que você nunca viu é algo que eu admiro.

Enfim... comecei a pesquisar e descobri outras maravilhas tanto americanas quanto brasileiras que eu preciso compartilhar com vocês. Apesar de ter passado a manhã inteira filtrando vídeos para que o post não ficasse grande eu não obtive muito sucesso.

1) The Future (Neil Hilborn)
 Como já o citei e ele é um dos meus favoritos, não posso deixar de começar com um poema do Neil. Nesse ele aborda seu transtorno bipolar. Diferente de OCD, Hilborn nesse slam fala muito sobre como até as coisas mais tristes podem te dar uma claridade para não desistir da vida e continuar, porque até a tristeza é algo bonito.




2) 21 (Patrick Roche)
 Nas minhas minerações pelo Buttom Poetry, que é um canal do youtube com vários artistas de Slam, encontrei esse do Patrick que me tocou muito. Em pequenas frases, ele consegue relatar os problemas que teve com a família por ser homossexual e como o seu pai, de seu herói, passou a ser um vilão por conta do álcool. Toda vez que vejo sinto exatamente o que ele quer passar e choro porque Roche consegue, com muita honestidade, passar seus 21 anos.



3) Slam Resistência com Mariana Félix
O "Slam Resistência" é um projeto muito interessante onde diversos artistas de rua da periferia, (eu não sei dizer com certeza se só ocorre no Rio de Janeiro ou se há também em São Paulo, mas vocês podem encontrar mais poemas no canal Sociedade dos Poetas Livres) fazem poesias sobre todos os tipos de assunto, mas principalmente em relação a desigualdade e a falta de respeito. Nesse poema, Mariana aborda de maneira muito divertida e ainda assim séria a cultura machista implantada nas músicas brasileiras desde sempre, principalmente no funk. É uma crítica social sensacional e bem inteligente.



4) Não desiste, negra, Não desiste! (Mel Duarte)
 Enquanto eu estava atrás de poesias brasileiras me deparei com o TedX da Mel, onde ela recita esse poema lindo. Antes, ela explica a história por trás da inspiração, então se vocês só quiserem ouvir o poema ele começa pelo terceiro minuto. Em algumas palavras ela incentiva as mulheres negras (e maravilhosas) a lembrar de suas raízes e a não desistir, apesar de o mundo ser difícil e calejado para elas.

5) How to Succed In a Heartbreak (Victoria Morgan)
 Esse é outro dos meus preferidos. Quando vi ele pela primeira vez tinha acabado de sair de uma relação e a Victoria me mostrou em alguns minutos que chorar pela pessoa errada não é estupidez e sim algo humano. Eu me identifiquei muito porque, assim como a autora, eu também sempre senti que as minhas emoções, por serem muito explosivas, sempre afastaram as pessoas, mas que não podemos nos martirizar por sentir demais, nem pedir desculpas por termos amado em excesso e principalmente que, independentemente de tudo, as coisas vão eventualmente dar certo.



6) Slam Resistência com Paulinha Turra
 O que eu mais gostei nos versos da Turra foi a linguagem simples, mas avassaladora, que ela usou para falar sobre as dificuldades de se assumir como lésbica e como alguém que gosta de se vestir de formas diferentes. Ela conta em poucos minutos seus 19 anos de história (onde ela diz só ter 3, por ter renascido assim que se assumiu). Vale mais que a pena ouvi-la vociferar.



7) Explaining Depression to My Mother (Sabrina Benaim)
 Esse poema se você não viu circulando - porque ele andou bastante pelas redes sociais - você certamente deveria. A Sabrina tem muitos outros poemas incríveis, mas nesse em particular ela coloca em palavras todas aquelas palavras que gostaríamos de dizer àqueles que amamos e não conseguimos - ou não podemos - por medo, ansiedade... depressão... É outro que toda vez que vejo sinto uma vontade compulsiva de chorar. É incrível como as suas metáforas pegam exatamente aqueles momentos ruins.



8) When Love Arrives (Phill Kaye e Sarah Kay)
 Eu amo os dois poetas e quando eles se juntam só saem coisas m a r a v i l h o s a s. Eu que sempre fui o clichê de romance repeti esse vídeo várias e várias vezes para que ele entrasse aos poucos na minha mente e para que eu entendesse que o amor é bonito, mas ele não é para sempre e que quando um vai embora, nós deveríamos sempre deixar a porta aberta.


9) When The Fat Girl Gets Skinny (Blythe Baird)
Infelizmente esse último está legendado em espanhol, mas quem não tem problemas com a língua deveria assistir porque ele fala sobre distúrbios alimentares. Ele me doeu particularmente por eu ter tido muitos problemas desse quesito e, assim como a Benaim falando sobre depressão, Blythe sabe exatamente como descrever a dor de precisar contar calorias a todos os segundos e se sentir feliz apenas quando você não come, por se sentir leve e 'magra'.



Por fim, mas não menos lindo, vou deixar vocês com um poema do Phil Kaye chamado "Repetition".



- Isabela Gomes


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